Em uma reforma ou construção, antes de sair pintando as paredes ou comprando móveis, um dos fatores fundamentais para definir o projeto é o estilo decorativo. Afinal, é essa escolha que orienta a paleta de cores, a linguagem do mobiliário e, em muitos casos, a própria estrutura do imóvel.
Buscar referências é o primeiro passo para descobrir o estilo de decoração que mais lhe agrada, afinal, a escolha diz muito sobre a personalidade do morador. A seguir, conheça melhor 10 estilos decorativos em voga.
1. Contemporâneo
Na proposta da arquiteta Ilana Marins, o living apresenta tons neutros e materiais naturais, que traduzem o estilo contemporâneo, com toques de rusticidade e decoração mediterrânea (Foto: Juliano Colodeti, MCA Estúdio / Divulgação)
As principais características que definem o estilo contemporâneo são móveis de linhas retas e sofisticadas, um visual clean e uma paleta de cores neutras e claras. Materiais como madeira, mármore, vidro e itens metálicos também se destacam. Sua concepção busca por uma circulação fluida e que garanta a funcionalidade do espaço, valorizando a amplitude visual.
“Aprecio muito a possibilidade que a decoração contemporânea nos proporciona no que diz respeito à inserção pontual de cores mais fortes”, afirma a arquiteta Karina Korn. Ao aplicar uma base com tons, que vão de um cinza claro à nuances de bege, por exemplo, é possível brincar com cores intensas em itens como almofadas, mantas e quadros. A estampa entra em cena com as padronagens mais sutis, como a geométrica.
2. Industrial
No apartamento reformado pelo escritório UNIC Arquitetura, placas de concreto da Decora dão tom industrial à decoração. Cadeiras Helga da mesa de jantar do Estúdio Bola. Vale o destaque para o quadro “A Peruana”, da fotógrafa Mana Gollo. Piso vinílico Durafloor (Foto: Eduardo Macarios / Divulgação)
Releitura do estilo que dominou Nova York nos anos de 1960, naturalmente, o industrial realça alguns atributos de antigas fábricas, como tubulações e tijolos aparentes. A iluminação é visível por meio de conduítes aparentes e, até as lâmpadas com filamentos aparentes tem vez na decoração. No mobiliário, predomina a mistura de elementos, como a madeira rústica, o ferro envelhecido e até mesmo peças de design.
As paredes costumam receber o efeito de cimento queimado, garantido por materiais bem mais fáceis de aplicar, como tintas e porcelanatos. Na decoração, elementos vintage entram em cena, como máquinas de escrever e fotográficas analógicas, assim como quadros abstratos, itens geométricos ou de cobre.
3. Minimalista
Casa de campo vendida por Bruce e Emma Willis tem uma sala de televisão com decoração minimalista e preodmínio do branco e madeira (Foto: The Wall Street Journal / Reprodução)
O nome se refere aos movimentos artísticos que aconteceram durante o século XX e usavam poucos elementos, porém fundamentais, como base de expressão. Na decoração, não é diferente. A expressão "menos é mais" tem muito a dizer sobre esse estilo, que tem o branco e tons muito claros como predominância. Nos ambientes, apenas aquilo que é necessário para o dia a dia dos moradores. Nada de adornos desnecessários e peças rebuscadas, o design clean e leveza na composição sintetizam o minimalismo.
Além da estética, a escolha relaciona-se diretamente ao propósito de vida desses moradores, que apostam na simplicidade e acreditam que a casa deve ser um refúgio de paz e de tranquilidade em contraponto ao caos do mundo. “A decoração minimalista é baseada na sobriedade. A extravagância e o excesso são cuidadosamente substituídos por uma atmosfera baseada na simplicidade, onde cada móvel, objeto e elemento tem a sua função e sua razão de existir no cômodo”, explica Paula Passos, sócia de Danielle Dantas no escritório Dantas & Passos Arquitetura.
4. Retrô
O piso de taco restaurado e as cadeiras com pé-palito, do acervo da moradora, dão um toque retrô ao apartamento reformado pelo escritório Brise Arquitetura,. Mesa de jantar projetada pelas arquitetas e executada pela Marcenaria JS (Foto: Juliano Colodeti / MCA Estúdio / Divulgação)
Também inspirado na decoração do século XX, o estilo retrô é pautado no uso de móveis e de objetos modernos, com um design que remete ao passado, diferença crucial do vintage, que traz na decoração os itens do século anterior. O ambiente pode ser totalmente decorado com as peças inspiradas nos anos de 1960 e 1970, assim como trazer objetos pontuais, que evoquem o design antigo.
Entre os itens preferidos estão o sofá com pé palito, estampas grandes e coloridas em papeis de parede e eletrodomésticos com bordas arredondadas. A paleta traz tonalidades vibrantes e quentes, como o vermelho, amarelo e laranja. O azul-claro também está presente no estilo e é muito lembrado por ter se destacado em carros de época, como a Kombi e o Fusca.
5. Escandinavo
O rosa millennial traz calmaria e combina bem com a simplicidade do estilo escandinavo, onde a iluminação natural se destaca (Foto: Nicole Franzen / Reprodução)
O design escandinavo surgiu no norte da Europa, na península Escandinava, composta pelos países Suécia, Noruega, Islândia, Dinamarca e Finlândia. Entre as principais características estão o minimalismo, a simplicidade e a funcionalidade. O estilo explora a luminosidade e claridade dos ambientes. Para favorecer a propagação da luz natural, o conceito explora elementos neutros e claros, como branco, cinza e o bege.
Para quebrar a frieza das tonalidades predominantes, a madeira entra em cena trazendo conforto visual e aquecendo os ambientes. "No geral, acredito que lares escandinavos são muito convidativos e aconchegantes, já que, tradicionalmente, esse é um povo que prefere receber amigos em casa ao invés de sair. Eles têm uma pose de local despretensioso, com jeito de viver simples e feito para agradar a todos. Velas, por exemplo, criam uma atmosfera confortável", explica Niki Brantmark, o rosto por trás do blog My Scandinavian Home.
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6. Moderno
A área social desse apartamento de 70 m² foi reformada pelo escritório Triplex Arquitetura para ser mais funcional. Ganhou uma decoração moderna e tons de cinza para realçar os objetos de decoração (Foto: Manu Oristanio / Divulgação)
Muito confundido com o estilo contemporâneo, o design de interiores moderno é derivado de um movimento arquitetônico que ganhou forma na primeira metade do século XX, buscando uma quebra entre o clássico e o rebuscado. As peças ornamentadas dão lugar a linhas retas e objetos funcionais e com propósito. O arquiteto suíço naturalizado francês, Le Corbusier, foi o percursor do estilo, e a máxima "a casa é uma máquina de morar" diz muito sobre como os lares seriam a partir dali.
Para as cores, o duo preto e branco nunca esteve tão em alta. A partir dessas tonalidades, cinza e bege também servem de base para os ambientes. Tons mais fortes, como os primários, entram em usos pontuais no ambiente. O aço inoxidável cromado também ganha destaque. Nos móveis, as linhas retas são a grande pedida e são posicionoados ao longo de um traço imaginário, criando uma ordem geométrica.
7. Rústico
Os elementos do mar estão presentes no projeto do escritório Rocha e Rodrigues Arquitetura. Eles escolheram tons sóbrios, como os cinzas e os terrosos, que dão refinamento urbano ao estilo rústico (Foto: Lucas Assis / Divulgação)
Perfeito para quem busca trazer a atmosfera do campo para dentro ou fora de casa, o estilo rústico explora as texturas e imperfeições dos elementos naturais na composição dos ambientes. Entre as escolhas mais comuns deste conceito, estão elementos como pedras, vime, madeira, cerâmica, linho, palha e couro. A aparência desgastada dos objetos também é valorizada, como é o caso dos móveis de madeira com pintura em pátina e metais com aparência de oxidados.
A paleta de cores traz o marrom da madeira em harmonia com tons claros, que garantem leveza e frescor para a decoração. Para a decoração, nada mais rústico do que explorar flores e plantas nas composições, transmitindo uma atmosfera campestre e natural aos ambientes, que também aparecem nas estampas de sofás e de almofadas.
8. Oriental
As antigas salas de banho inspiraram a arquiteta Márcia e a designer de interiores Manu Muller, mãe e filha, a projetarem este ambiente. O espaço, com produtos da Deca, prima pelo toque oriental (Foto: Divulgação / André Nazareth)
Muito além das culturas japonesa e chinesa, o estilo oriental explora também referências de toda a Ásia, como Índia, Turquia e Tailândia, que emprestam ao cenário decorativo beleza, tranquilidade e praticidade. Neste estilo, exageros não tem vez. Os ambientes trazem a harmonia em primeiro plano, contando com equilíbrio de formas e de elegância. Isso porque, esse tipo de decoração deve proporcionar a sensação de paz. Entre os itens orientais queridinhos dos brasileiros estão o biombo e a cama-futon.
9. Provençal
No projeto do escritório VNK Arquitetura, a cozinha com ar provençal e plantas foi integrada ao living. Mesa de jantar da Tora Brasil. Jardim vertical e plantas da Alexia Di Lucio (Foto: Mariana Orsi / Divulgação)
Provença, no sul da França, é a grande inspiração para esse estilo. A região preserva o estilo de vida do campo em meio a uma paisagem campestre maravilhosa, com muitas montanhas, mar e campos de lavanda. Não é surpresa que o estilo provençal valorize os elementos naturais, como a madeira e as flores, em uma composição romântica. Nesta concepção, a madeira clara ou pintada de branco é a preferência para compor os ambientes, e os móveis revelam linhas arredondadas e detalhes ornamentados, assim como a aparência de envelhecidos.
Para a decoração, as flores entram em cena com grandes arranjos ou nas estampas em almofadas e estofados, deixando a composição bem delicada. Abajures e lustres de cristal também são super bem-vindos, já que remetem a um clima mais intimista. “Muitos apreciam o toque romântico e agradável que a decoração provençal provoca no ambiente”, afirma a arquiteta Ieda Korman, do Korman Arquitetos.
10. Colonial
As janelas de estilo colonial, ao fundo, inspiraram a paleta de azuis no projeto da arquiteta Andrea Murao. Poltrona com pufe de fibra sintética, da antiga decoração da casa (Foto: Edu Castello / Editora Globo)
A arquitetura colonial no Brasil é definida pelas construções realizadas desde o descobrimento, em 1500, à Independência, em 1822. Dessa maneira, o estilo é inspirado na obra desse período da história brasileira, derivada das antigas construções europeias da época da colonização. Assim, esse tipo de decoração traz uma releitura da casa de fazenda, privilegiando o conforto e a sofisticação que os portugueses não abriam mão. A madeira maciça é muito usada, desde o piso aos móveis e objetos decorativos.