Às vezes, pode ser um pouco frustrante tentar elaborar uma decoração de interiores sem ter qualquer orientação profissional. Embora haja muitos programas de televisão e vídeos em redes sociais incentivando os espectadores a se aventurarem ao “faça você mesmo”, pintar, reconfigurar, personalizar e combinar peças decorativas pode ser bem mais complicado do que parece. Por outro lado, com as referências certas, qualquer um pode encontrar a inspiração necessária para transformar a casa sem gastar muito dinheiro e, ainda, de quebra, se divertir.
O Blog da Arquitetura reuniu algumas dicas especiais para apresentar o novo conceito, inaugurado pelos fashionistas, que está conquistando celebridades por todo mundo: o estilo Hi-Lo.
+ O estilo Hi-Lo
Certamente, moda e decoração sempre combinaram. Da mesma maneira que os estilos vintage ou o retrô, o Hi-Lo surgiu nas passarelas nos anos de 1990. Mais do que uma estratégia comercial, essa tendência se tornou popular porque era mais democrática do que as outras, melhor adaptada ao modo de vida contemporâneo. Atualmente, ela representa um mix criativo, que permite combinações únicas, elegantes, de bom gosto e baixo orçamento. O Hi-Lo também aborda uma consciência social, que envolve vendas de garagens, lojas online e atelies.
+ Alto e baixo
Hi-Lo, se traduzido do inglês para o português, quer dizer “alto e baixo”. Ou seja, é um modelo de decoração que pode ter itens high e low ao mesmo tempo. Peças simples e elaboradas, clássicas e contemporâneas, antigas e novas, caras e baratas, chiques e comuns, de alto valor e valor mais baixo, todas mescladas num mesmo lugar. Elementos que aparentemente não pareciam combinar, por serem, por exemplo, de épocas e materiais completamente distintos, trazendo um contraste interessante ao ambiente.
O estilo Hi-Lo chama muita atenção dos designers por vários motivos. Primeiro, porque ambientes assim transmitem um visual bastante charmoso, despojado e cheio de personalidade. Apesar de também conter peças simples, esse tipo de decoração é visto como requintado. Por isso, se adapta bem à clientes com gostos pessoais diferentes e que estejam passando por momentos diferentes de transição na vida, como passando da juventude para a maturidade.
+ Objetos High e Low
Peças chamadas de high geralmente são mais caras, mais valorizadas no mercado. São aquelas de grifes, assinadas por profissionais de renome, como arquitetos famosos. Apresentam um design diferenciado, arrojado. São verdadeiras obras de arte, adquiridas pelas pessoas como investimento financeiro. Mas, também podem ser peças revestidas com materiais nobres, como ouro e mármore. Ou mesmo, itens que apenas pareçam de ser chiques.
Agora, as peças low são comuns, menos óbvias. Geralmente, são itens garimpados em bazares, camelôs, antiquários, lojas populares ou em sótãos antigos. Podem não apresentar nenhum valor de mercado, não ter nenhum apelo estético ou mesmo serem bonitos. Porém, remetem a emoções sinceras, alegram corações e surpreendem sutilmente os observadores. Com muita criatividade, caixotes de feira, tábuas velhas, tecidos modestos e itens de lixo até que podem ser uma boa solução nestes tempos de crise econômica.
+ Planejando a decoração
Com o estilo Hi-Lo as opções são ilimitadas para os interiores. Há uma certa beleza incomparável no contraste entre peças tão diferentes. Só que tem que se ter cuidado, pois qualquer exagero pode comprometer totalmente a harmonia do ambiente e acarretar na perda do conceito. É importante que um item escolhido não desvalorize o outro. Tudo dependerá da combinação certa entre os objetos e móveis high e low.
“Não exagere na criatividade. Em alguns casos, o mobiliário simples pode prejudicar o sofisticado. (…) O bom senso e o equilíbrio são as bases para o resultado satisfatório” – Arquiteto Júnior Grego, em entrevista de Líder Interiores.
Para o projetista, o ponto de partida deve ser sempre o conforto dos usuários. No caso de uma decoração Hi-Lo, pode-se começar a ambientação escolhendo as cores ou os materiais de base. Os tons acinzentados e o branco são, nesse caso, ótimos para as paredes. Cores mais acentuadas e papéis de parede coloridos também estão na moda e, com ressalvas, podem fazer parte da paleta millennial – termo que faz relação a tudo que se refere a “geração Y”, a geração da internet, a juventude da contemporaneidade. Só que, embora isso seja relevante, o mais importante na elaboração do projeto de decoração Hi-Lo é a sintonia das peças “altas e baixas”.
Ainda sobre a geração milenar: “Esta é uma geração com um senso de gosto bem desenvolvido, que segue moda e estilo, mas também quer boa aparência em bons preços” – Ann Fishman, especialista em marketing, em entrevista para o Chicago Tribune.
Em clima de festas de fim de ano, acompanhe, no vídeo abaixo, dicas de como elaborar um item de decoração de Natal no estilo Hi-Lo:
Fontes: Revista Exame, Minha Casa Minha Cara, Home Dock.
Leia Também: